Descrição

Sobre pedidos de fim de ano...

Depois de um longo inverno e exatos 2 meses de espera, finalmente o blog estava de volta, o ano estava acabando e, em reunião de pauta, nós decidimos que sim, o Dialetos de Mulher e nossos queridíssimos leitores mereciam ganhar um texto de Natal!
E sendo assim, a discussão da vez era que, como somos divas, e cada uma de nós é única e exclusiva, nossas datas comemorativas também deveriam ser únicas e exclusivas, certo?! E seguindo essa lógica, então o Natal seria somente o tal da Na. Tipo, o dia tal das Natálias e Nádias da vida... E a gente queria mais que isso! Por que não criar um P.P.tal, um R.P.tal e um T.O.tal?
E sim, a gente já sabe que a piada foi horrorosa. De quinta mesmo! Mas escapou e não conseguimos guardar esse excesso de criatividade só pra gente... Desculpem. Não precisam abolir a gente de suas vidas pra sempre por causa disso, ok?!
Então pronto. Piadas de gosto duvidoso feitas, voltemos ao texto de verdade...
...
...
...
Mas e agora, a gente começa por onde?
- Ah não! Me recuso a entrar em crise literária de novo! Não, não e não!
- Alguém um acalma a PP, por favor?! Dá um doce pra ela...
- Pode ser água com açúcar?
(respira... solta... desenha... canta o mantra...)
- Preferia doce... Mas ok, já passou. PP fora de surto... Podemos continuar...
- Ta. Então deixa eu entender... A gente ta entrando de férias?
- Não.
- O blog vai tirar umas férias, é isso?!
- Também não.
- Então...
- Vai rolar um recesso básico?
- Ah, é... Ou algo assim. Quer dizer, não... É que eu acho que a gente devia mandar Feliz Natal, fazer uns pedidos de ano novo, sei lá!
E depois de uma análise profunda da atual conjuntura econômica-social-acadêmica-profissional-artística (ufa!), as 3 divas concluíram que o jeito mesmo era encarnar o espírito de Natal e apelar pro bom velhinho.
A RP começou pedindo um emprego decente como comunicadora de verdade.
- Ei! Coloca esse na minha lista também! E bem no topo!
E assim o primeiro pedido da PP também estava feito, enquanto a TO respirava fundo e pedia forças pra manter a própria sanidade e a das outras...
E na sequência vieram pedidos em comum para os cachinhos das comunicadoras (um capítulo importantíssimo! vide
Sobre ter “aquele” cabelo...), carreiras brilhantes para todas, e namorados novos e tudo de bom (que a PP foi a única que não pediu...)E, querido Papai Noel, pro caso de você passar assim, pelo nosso blog, deixamos a lista na íntegra e vamos aguardar. Quem sabe, né...
Ela segue abaixo...

Aliás, leitores, aproveitem o espaço dos comentários e façam seus pedidos de ano novo, mandem sugestões, enviem as suas histórias...
Ah, e caso alguém ainda esteja com problemas com a piadinha do tal, mandem um e-mail pra gente, ok?!
Beijinhos


Sobre ter “aquele” cabelo...


Existem coisas na vida que são capazes de afetar profundamente a auto-estima do sexo feminino. Algo simples para o resto do mundo – mas não para nós – como caber ou não naquele vestido sonho de consumo da semana ou receber o tal do telefonema no dia seguinte pode mudar o dia de uma forma inexplicável. Mas existe um aspecto crucial nisso tudo, aquele que seria motivo suficiente pra inventar uma doença altamente contagiosa e incurável até o momento em que você sente que pode sair de casa mais uma vez.
Sim, falamos do cabelo. As madeixas são um capítulo importantíssimo na vida de uma diva de qualquer idade e, na tentativa de deixá-las no lugar que a gente acha que elas devem ficar, são coleções de tratamentos e aparelhos e cremes e mousses e shampoos e cortes e recortes. Se a cor está perfeita, as pontas perfeitas e o vento perfeito que faz com que os fios voem e voltem cheios de charme, ótimo! Se não, naquele fenômeno que os gringos chamam de bad hair day, o mundo acabou e tudo que resta é se trancar no quarto até essa fase horrorosa passar. E no centro de toda essa discussão estão as 3 divas tentando compreender o que se passa sobre suas cabeças.
Em comum, as 3 têm cachos, cremes e redutores de volume, e uma vez considerados os padrões lisos e compridos, ou no máximo com leves ondas esvoaçantes, assumir os próprios cabelos é para elas mais do que assumir um estilo, é uma questão de personalidade.
Divas com cachinhos são menos comuns do que se pode pensar, uma vez que boa parte delas anda escondida por debaixo de chapinhas, pranchas, alisantes e outros cacarecos que os cabeleireiros modernos adoram usar na tentativa de estirar o nosso estilo de vida. Mas não, nós estamos realmente felizes com ele, obrigada. Mesmo que haja dias em que nenhum dos fios parece querer obedecer, mesmo que a gente já tenha tentado até forçar um visu mais lisinho, mesmo com todas as vezes em que brigamos com o espelho e “meu Deus do céu por que raios ele demora tanto a crescer?”, estamos felizes com ele. Afinal, se todo o mundo resolver estirar, meu, cadê o diferencial?
Por isso a gente fica paciente, por isso a gente investe, e investe, e investe (porque além de tudo cuidar de cachinhos tem 3 vezes mais custo do que um cabelo tipo Xuxa q só precisa de shampoo) e por isso a gente aprende a muito custo que realmente não dá pra lavar a cabeleira todos os dias, e se o amigo amanhecer cheio de nós não é um super pente que vai adiantar. Mas nada que uma bela boina ou um chapéu cheio de estilo não possa resolver, não é?! Divas e seus chapéus...
Artisticamente falando, de Julia Roberts a Vanessa da Mata e Luciana Mello, todas são cacheadas a seu modo, isso sem falar dos enrolados do cotidiano que não saem nas telas da TV e nem nas capas de revista, e porque, além de tudo, cada jeito de cachear é único!
Assim sendo, Divas com cachinhos do mundo todo, uni-vos! Porque nós somos lindas, poderosas e só neste texto já somos 3! Venderemos as chapinhas e daremos adeus aos anti-frizz! E mais ainda, porque a gente sabe que debaixo dos caracóis dos nossos cabelos têm muitas histórias interessantíssimas e uma fileira de admiradores que a muito custo são obrigados a entender que não, não pode encostar no cabelo e não, cachinho não é pra ficar brincando de enrolar entre os dedos. É só um belo item de observação, certo? Certo.
Ah, e no caso de dúvidas sobre o que fazer naquele bad hair day, vai a dica das divas:

Sobre estar de volta

Elas voltaram...

Queridas leitoras. E queridos leitores também...
Sabe aqueles momentos que você espera, espera, espera, e quando você acha que ta quase lá, tem que esperar de novo?
Pois é. Todos temos esses momentos, e com a gente não foi diferente.
A PP ta esperando um novo emprego. A RP... Também. A TO, quase formada, ta esperando a vida começar... E o blog, que esperou tanto pra entrar no ar, teve que esperar de novo, porque cada diva vivia seu próprio momento... E tanto tempo passou, e tanta coisa aconteceu, que talvez algo ou alguma história tenha se perdido pelo caminho. Mas agora, finalmente, está na hora de voltar.
Nesse meio tempo, resumidamente, não ficamos famosas, não voltamos para o palco, a gripe suína não dizimou a humanidade, não fomos escolhidas para ser a 8ª integrante do CQC, nem fizemos o ENEM. Ah, mas esse ninguém fez mesmo...
Fora isso, as comunicadoras, além da crise monetária, entraram em uma crise de texto, enquanto a TO, olha isso, escreveu 2!
Mas naquele domingo, enquanto chovia lá fora, a Nova Brasil FM tocava Raul e o horário de verão bagunçava a cabeça de todo mundo, nós comíamos cachorro-quente no lugar do brigadeiro de sempre, e discutíamos o que fazer pra tirar a poeira do blog. Aliás, substituir o nosso doce favorito, pra nós, já é uma grande diferença. Engorda do mesmo jeito, porém não dá pra viver de doce pra sempre. A vida também não é doce sempre, e no momento atual andamos vivendo no salgado, o que ainda é melhor do que o azedo... Enfim...
Falando em azedo, a TO tem andado de mau-humor, precisando apertar aquela teclinha mal-educada e cantar aquela musiquinha...
Mas tudo nessa vida muda, até o humor da TO! E sendo assim, o Dialetos também mudou.
A RP ficou mais organizada: já sabe até colocar os livros na prateleira e em ordem alfabética! E reaprendeu a fazer planejamento comunicacional.
A PP ta aprendendo a cantar e anda estudando HTML e CSS - seja lá o que essa Coisa Sem Sentido e cheia de códigos signifique, mas se é para o bem do blog, ela vai aprender!
Então, nesse momento vocês se perguntam aonde queremos chegar com essa história toda... Ah, queremos contar o que aconteceu nesse período de sumiço, e dizer que foi muito legal mesmo ver as pessoas perguntando quando voltaríamos, quando iríamos postar coisas novas, e até se havíamos brigado. Também recebemos várias sugestões para os próximos textos!
E a nossa resposta a todo esse carinho é: VOLTAMOS! Sim, e como diria o Roberto:
- Eu voltei, voltei para ficar...
Agora falta vocês dizerem se valeu a pena esperar...
Brigadeiros à parte, bloguem a gente!
Beijinhos!





PS – ok, não é o Roberto que ta cantando... Mas Titãs representa muito bem!


Sobre o dinheiro... Ou a falta dele...

As 3 amigas estão profundamente concentradas num mesmo livro. O que ele tem de tão especial? Conseguiu, ao mesmo tempo, captar suas personalidades de uma forma estranhamente interessante. Não, não tem nada a ver com auto-ajuda, é apenas um jeito divertido de relacionar aquilo que elas já são e entender algumas fases pelas quais elas certamente vão passar nos próximos 10 anos, o que realmente gerou uma identificação.
Por enquanto, elas descobriram que estão passando por uma fase universitária, ou um pós-universitária tão recente que na hora de preencher qualquer ficha cadastral elas ainda respondem “Profissão: estudante”. Elas precisam da “ajuda lá de casa” porque só o salário ainda não dá, fazem compras em uns 3 ou 4 supermercados diferentes atrás da melhor promoção, e no final de semana procuram um programa alternativo, cult, divertido, e na atual situação, gratuito, e de preferência com carona, porque até o passe para o ônibus já ta friamente calculado até o final do mês.
Mas uma coisa é certa: todas são Divas... Porque toda mulher nasce diva, só precisa de um reparo de vez em quando... E no caso das 3 o momento era “Divas Sem Nenhum Centavo”... Era o típico momento 100! Sem dinheiro, sem namorado, sem família e... Precisando de novos amigos? Certamente que sim. Pelo menos ainda tinham umas às outras...
Mas não, não é uma situação triste porque, vamos combinar, em que outro momento da vida você vai ter a chance de usar toda a sua criatividade contábil e multiplicar sua conta bancária apenas reduzindo seus gastos? E reduzindo mesmo! Afinal, por que comprar guardanapos se tem tantos sobrando naquele restaurante vizinho ao seu trabalho e onde você pode almoçar todos os dias graças ao seu vale-refeição? E as sacolinhas de supermercado que são reutilizadas como saco de lixo? E o shampoo que você ganhou naquela promoção da revista?
Você começa a valorizar essas pequenas coisas... E claro, com o maior charme. Por quê? Porque você continua diva... É a fase em que você vai ficar mais bonita, malhada e poderosa, porque pode não ter dinheiro para pagar a tal da acadimia, mas vai correr adoidado pra não perder o busão. Isso se realmente não puder ir a pé. Sem falar que vai comer menos pra economizar uns trocados no final do mês, não? Comida vegetariana é super saudável, pesa muito menos e realmente não é feita só de mato e nem tem gosto de capim.
E por que sem família? Bem, porque você não tem verba suficiente pra ir pra casa, o que faz você sentir uma falta absurda de colo. Mas tudo bem, sua mãe sempre vai dar aquele jeitinho pra ajudar a filhona, afinal, de alguma forma você trabalha, mas não consegue se sustentar sozinha... O que fortalece ainda mais aquela vontade imensa de escrever "estudante" na ficha cadastral...
Mas quer saber? A criatividade é fortalecida em todos os aspectos, pois é nessa fase que você vai inventar desculpas dignas de Oscar pra não ir àquela pizzaria comemorar aquele aniversário, mas mesmo assim vai marcar sua presença, dar aquela passadinha a pé e tirar foto pra registrar o momento... Vai ler jornal como ninguém pra saber onde serão os próximos programinhas de graça pra ir com outras divas que você conhece, vai conhecer um número infinito de sites onde você pode descolar um VIP ou pelo menos cortar os seus custos colocando o nome na lista daquela baladinha que você adora, e ainda vai terminar ganhando um namorado de tanto pegar carona... Além disso, é um período da vida que traz muito o que pensar. Você descobre seus verdadeiros amigos, aqueles que te levam, te buscam e oferecem um teto até o primeiro ônibus das 5 da manhã poder te levar para casa. Você medita sobre grandes filosofias populares como “Quero ter um milhão de amigos e que cada um deles me dê um real”, ou “Quero ser pobre um dia, porque todos os dias cansa”, e percebe o quanto elas fazem sentido.
Por isso, não entremos em pânico! O que ocorre é que a fase passa, e ainda rende um mundo de histórias, além da oportunidade de investir em um livro e um ciclo de palestras sobre “Como Ser Tudo Começando do Nada”. Assim que esta pindaíba terminar. E mesmo que demore uma eternidade ela vai terminar. Ah, vai! Até porque, elas ainda têm que passar pelos outros capítulos, e com a mesma classe.
Mas na verdade já faz uns 6 meses que esse texto ta escrito... E ta demorando, não?!

Sobre casamentos...

E mesmo com toda a crise financeira, a amiga vai casar! Quando? Ah, a gente não sabe... Com quem? Com o moço super bacana que ela ainda não conhece e nunca viu mais gordo em toda a sua vida, mas é indicação e amigo do namorado de uma outra amiga dela.
A moda agora é casamento à Indiana, sem conhecer o noivo, só o histórico com aprovação da família e dos amigos... Inclusive daqueles que também ainda não o conhecem, mas mesmo assim já é óbvio que tudo vai sair lindo e azul com bolinhas brancas!
Então ta valendo, não tem como não funcionar! E já está tudo organizado, o modelo do vestido, a trilha sonora, as madrinhas dela – os dele ele escolhe – e o convite no papel chiquérrimo em tom amarelado com letras douradas em alto relevo e a foto dos dois em preto e branco. No mínimo brega, mas a gente acha lindo assim! Afinal, pra que servem as duas amigas de comunicação? Pra fazer o evento do ano, é claro...
E o processo entre os dois também já ta em andamento. À Indiana, mas com uma pitada nacional... Começou pelo MSN, agora ta no telefonema e ela ta negociando data pra sair. E como demora... E como enrola... O Convite vai perdendo o gramur a cada mancada do moço... Já não tem mais as letras douradas e já dá pra começar a repensar a foto.
Mas independente disso as outras já decidiram que sim, ela vai casar, de véu, grinalda, com passarinhos amarelos pra carregar a cauda do vestido num fim de tarde ensolarado e o sobrinho novo e favorito de pajem pra carregar as alianças...
E depois de muito papo e muito tempo, quando as duas amigas da comunicação já pensavam em adiar o evento do ano para o outro ano, os pombinhos, aleluia!, combinaram de sair. Mas a essa altura a sugestão já era um convite de papel sulfite mesmo, em fonte Arial tamanho 12. E sem foto.
A verdade é que ela, uma diva à moda antiga, estava o tempo todo esperando a atitude partir dele. (Por isso demorou tanto!) E quando ele finalmente resolveu, o programa era filminho em um dos mil shoppings da cidade num sábado à tarde. Nada menos criativo, nada menos original, nada melhor pra começar qualquer coisa. Pelo menos o lugar era público, e se precisasse ela poderia muito bem sair correndo, chamar a polícia, o BOPE, a SWAT ou simplesmente avistá-lo de longe, concluir que tudo era um engano, ir embora despercebidamente e depois inventar uma desculpa qualquer do tipo, sei lá, meu gato pôs um ovo, ou algo do gênero pra justificar a ausência.
E o moço, coitado, todo feliz porque depois de tanto tempo de investimento via internet (e ela reclamando que ele não ligava nunca), ia conhecê-la, mesmo com todo aquele charminho da parte dela. (Mas isso é bem peculiar à classe feminina e toda diva merece, não?!)
Por fim, aceitar o convite pro cinema significava aceitar a proposta do moço com as intenções que o momento, o lugar e o horário permitiam. E ela enrolou o quanto pode, perguntou se o dia tava bonito, o que ele fazia da vida. Gosta de balé? Ah, não gosta? Que pena...
Não, definitivamente essa pergunta não foi feita, mas foi assim que chegamos ao momento mais esperado dos casamentos: o sim! Mas neste caso foi um sim, vamos assistir a um filme...
Tudo escuro, trailer na tela, pipoca, refrigerante, chiclete, drops de anis, e vamos ao segundo momento mais esperado dos casamentos, e não, não é aquele de correr atrás do buquê e ver a tia sobrepeso se matar, levar aquele escorregão digno de videocassetada e ainda cair sentada em cima do seu vestido. É aquele momento logo depois do sim, em seguida ao “estão casados”, aquela cena tão esperada que encerra todos os grandes romances de Hollywood.
O beijo! Era um capítulo único e decisivo, precisava dar certo, precisava ser perfeito... Mas... Faltava algo, algo essencial, e não era exatamente a tal da química...
Então, sentam-se as 3 para que uma amiga conte a história e as outras 2 possam emitir um parecer sobre o assunto.
- Que aconteceu?
- O que faltou?
- Ar!
- AR? (duplo)
- É, ar!
- Sim, ar... (romântica incorrigível) Tipo aqueles beijos que te levam pra outra dimensão e te deixam com falta de ar porque foi bom...
-Não! Eu não conseguia respirar com aquele ser me engolindo...
(pausa)
-Ok, primeira pergunta então: Rola?
(silêncio)
-Ta. Segunda pergunta: Quanto ele ganha mesmo?
(mais silêncio)
Tudo bem, a gente entendia que pra um primeiro encontro com o amor da sua vida tinha sido bastante trágico, mas ao mesmo tempo não dava pra perder a piada, né?! E passada a graça, uma das amigas ainda achava que coitado, merecia mais uma chance. Enquanto a outra já achava que primeira impressão fica, o cara era um chato mesmo, nem ficava legal na foto e que merecia um belo pé, isso sim! E sem muita enrolação! Elas param pra pensar um pouco mais a respeito e surge a ideia.
- Manja canudinho? O mesmo que você usa em aulas de mergulho pra puxar oxigênio?
- Sim. E?
- Leva um no próximo encontro...
- Como assim?
- Jura que você vai querer um próximo?
E antes que a noiva desse qualquer resposta, a outra amiga explica:
- Ué, o problema não foi falta de ar? Pelo menos você respira e tenta ver se o moço merece outra chance.
- Outra chance? Meu! Ele quase matou a menina!
-Vai ver ele ficou nervoso...
E a noiva continuava sem responder.
Os dias se passaram. O moço não... Tentou de várias formas sair com a amiga novamente, e ela naquela angústia sem saber o que queria e muito menos o que fazia... Afinal, apesar de todos os nãos ele não desistiu... E ainda disse que curtiu... Qual o problema da raça alienígena? Era o que as 3 se perguntavam...
Bom, nesses termos, se o investimento deu certo? Não. Não deu. Ela não gostou dele, ele não parecia nem de longe um primo distante do Brad Pitt, era um grude de pessoa, nem pagou o cinema e definitivamente não servia pra casar depois de uma semana. Resumindo, não fez efeito. De útil mesmo só sobrou o carro, que além de tudo era 1.0. Mas merecia mais uma voltinha... Pelo menos era o que a romântica incorrigível achava...
Uma pena. A festa tava ficando tão legal...

Sobre jogos e jogadas e jogadores!

Por amor ao esporte, tem gente que vai dormir mais cedo (ou nem dorme) e põe o despertador pra tocar às 3 e meia da manhã em plena pós-sexta-feira, às vezes sabendo que vai precisar abrir os dois olhos e sair para trabalhar no sábado, só para acompanhar a partida semidecisiva do final de semana. Brasil e Itália pelo Mundial de Vôlei Masculino. Exatamente. Não, não é futebol. E não, não tem nada a ver com a Copa do Mundo na China! Japão? Ou seria Coreia? Tem Copa este ano? Enfim, é vôlei mesmo, transmitido ao vivo do outro lado do mundo.
O horário, o mais indevido; as piadas e comentários, os piores. Mas lá estão elas, de pé – ou quase – prontas para torcer e comentar tudo o que a hora, o sono, a criatividade ou a inspiração permitirem. Vamo time? Vamo time!
Uma vez de frente para a TV, escolha um jogador italiano pra observar e um brasileiro pra torcer... e observar. Torcer pelos saques e bloqueios e pontos e ataques e por que raios a câmera desta rede de televisão não abaixa nunca? Mal dá pra enxergar os números da camisa por inteiro! E não é excesso de exigência, uma vez que no feminino dá até pra descobrir a marca da joelheira sem nenhum esforço e com uma filmagem feita de cima para baixo. É uma questão de democracia.
Pega lá chocolate, faz pipoca... alguém quer suco? Dá pra cantar o hino a esta hora sem acordar ninguém? E que comece a partida! No mínimo 3 sets pra pegar inspiração e tomara que esse jogo não passe das 6 da manhã porque preciso sair cedo, e de um belo banho pra tentar sumir com as olheiras e sim, vou assistir a partida até o final, posso? Tem café?
Opa! Um ponto! Giba neles! Só neles? Enfim, e de ace! Ace eu tivesse naquela quadra...
Comentário dispensável, mas de comum acordo que vôlei é um esporte que merece ser visto de todos os ângulos, inclusive do lado adversário da quadra, embora a torcida do coração ainda seja pelo time nacional.
- Mas espera, e aquele outro ali? Parece que destoa do resto... é uma coisa meio bããã.
Hein?! duplo.
- É, bããã. Muito alto, meio devagar, meio assim, bããã... e se o italiano demorar muito pra dar o saque acho que ele vai começar a babar!
- Ah, mas é um caso em 12... de repente é por isso que destaca tanto.
- Sim, mas ainda é pior do que só parecer... aquele um... o Salsicha!
- Salsicha? O do Scooby?
- É. Com esse cabelo... mas não é o Salsicha...
- O Barney! É isso! Mó cara de “hey Fred!” É o Barney! Igualzinho...
Risos. Muitos risos. Volta pro jogo.
Disputa emocionante. Começa o 3º set e o Murilo nunca tira o casaco. Será que ta mesmo tão frio? Será que ele ta gripado? Imagina a mãe do Murilo: “Meu filho, cuidado com aquele vento encanado que bate do vestiário pra quadra, viu?! Tira o casaquinho não”. Aí ela liga pro técnico "Bernardo, meu filho ta doente Bernardo! Toma conta que eu to vendo, Bernardo, to vendo tudo!" Vai ver que é porque ele é tímido mesmo... Engraçado. Em quadra não parece. Não parece mesmo! Um paredão triplo no bloqueio mais poderoso da Liga Mundial. Solta o braço, André! Grita o Galvão. E como! Sempre os braços...
- Ai! Santa capoeira!
- E o que é que isso tem a ver com vôlei?
- Ah, ouvi um comentário a respeito. Uma certa pessoa aí que faz capoeira, e bom... pensei em como também faz bem pros braços e etc...
- Principalmente pro etc...
Elas se concentram novamente no jogo que volta a prosseguir normalmente, ponto a ponto. Mas o comentário permanece com muito o que meditar a respeito. Ela tinha razão. Santa capoeira!

Sobre os primeiros diálogos


Então eis que a cena surge... Ela deitada na cama, com uma bacia de pipoca, acompanhada por duas amigas inseparáveis... O filme? Cult, não era um cenário adolescente apesar de tudo... Era uma questão de trabalho, porque é isso que existe atrás delas... Duas já formadas, uma subvalorizada, trabalha na área, mas é como se não trabalhasse, a outra descobriu que tudo o que fez pela área até hoje não serve mais e a outra tá tentando se formar, mas agora é a área que é subvalorizada, que é importante sim, mas assim como os professores muito mal remunerados, é a única que tem menos chance de ser rica e famosa, a não ser que perca essa resistência ao teatro...
Ok, brincadeiras a parte, gosto de observar a forma como as 3 se comunicam... Não entre si, mas com o mundo... Ponto em comum? Licenças especiais... Duas com licença poética e uma com uma licença sarcástica...
Sabe dialeto de mulher? Esse ser praticamente indefinível dada tamanha diversidade, embora certos pesquisadores do gênero insistam em dizer que sabem exatamente como descrevê-las e o que fazer para dominar a espécie, e que a ciência define como fêmea da espécie humana, dotada de protuberâncias no torax frontal e dorsal. De silhueta voluptosa. Tecido frágil, menos massa cerebral e mais tecido adiposo. Estrutura delicada. O coquix forma um coração durante a gestação. Capaz de gerar a perpetuação da espécie.
Mas ótimo, chega de enrolação e falemos sobre o filme... Pesado e muito artístico, por isso merecia pitacos de comédia... Mas a história era real...
Mas sabe esse ser chamado mulher que já foi definido acima? Sabe a tal da licença? Sabe o dialeto? Então, é aqui que tudo começa a se encaixar...
(pausa no filme)
-Mas você lembra do nariz daquele moço? Pensa isoladamente, não combina com nada no rosto dele, é até falta de respeito um nariz daquele...
-Falta de respeito? Mas isso não seria pro nariz bonito?
-É... Falta de respeito por quê? Ele rouba o ar das pessoas é isso???
-É... É um nariz muito... Muito... Errei!
-Errei??? (duplo)
-É, então Deus terminou e quando foi mandar pra cá viu que tinha esquecido o nariz e foi consertar...
-Daí errei???
-Que cruel...
-É, mas foi assim não?!
-Gente e o cabelo desse ator no filme? Também não é uma coisa muito "errei?"
-Não... Não tem cara de errei, certeza que Deus não tem nada a ver com isso...
-Por quê?
-Só porque é filme?
-Não, é que esse cabelo tem cara de...
-De??? (duplo)
-Coloquei depois!
(silêncio)
- Verdade, é muito coloquei depois...
O filme prossegue, a vida, a obra, a doença e aquele coloquei depois que pairava no ar em todas as pausas, um coloquei depois que queria dizer muita coisa...
Era diferente do nariz... Não era errei, era simplesmente coloquei depois!