Descrição

Sobre morar fora de casa volume 2



Você mora fora e de certa forma não faz mais parte da sua casa mesmo querendo fazer... As pessoas dizem que está na hora de você assumir o rumo da sua vida e tudo que te vem à mente é aquela musiquinha cretina que foi hit na internet a bem pouco tempo...
Você aprende a valorizar as pequenas coisas, como a comida pronta e quentinha que sua tia serve no mesmo horário religiosamente com tudo que você gosta e que às vezes você diz que está sem sal. Aprende a fazer contas, as mais mirabolantes do mundo pra conseguir estar em casa 3 vezes naquele mês que você está muito carente de mãe... A esticar o salário de uma forma que nem você sabe como conseguiu fazer, a abrir mão de sorvete, de chocolate, de frutas e a fazer salada só de alface porque está sempre baratinho no supermercado... Tudo porque é aniversário da sua vó e você realmente quer estar lá... Mesmo correndo risco de não ter como voltar...

Você se sente sozinha, e muitas vezes dá uma vontade louca de desistir e retornar... Voltar pra sua casa, pra sua família, pro seu cachorro (olha, você tem um animal de estimação e até ele sente falta de você) e até pro vizinho irritante que sempre se intrometia na sua vida...

Afinal, você mora fora...

Mas existe o outro porém... O morar dentro... Você percebe que por mais que sinta falta, nada é como era antes...

Você já se formou, e se voltar pra casa não terá mais a boa vida de não se preocupar, porque por mais que você fique um tempo nesse estado, sem trabalhar, estudar, com TV a cabo e computador, uma hora alguém vai te cobrar por isso...

Sabe aquelas brigas corriqueiras? Que só acontecem com a convivência entre pessoas que se gostam? Elas vão voltar, porque você saiu, aprendeu o seu jeito de ser e talvez esse jeito não condiga mais com a sua casa... Mas isso não significa que deixou de ser a sua casa, que sempre vai te acolher, seu lugar seguro, mas esse lugar deve ficar no coração e você deve partir...

Mesmo que às vezes se sinta como um pintinho que foi bicado pela mãe... Você precisa aprender a conseguir a própria comida, mesmo que às vezes precise daquela ajudinha pra poder comer... E se vestir... E sobreviver...

Você precisa superar aquela saudade que te invade quando toca o telefone no seu trabalho e uma voz muito conhecida diz "Bom dia, é seu tio tudo bom?
Saudade de você." (Por que ele? Justo ele que foi seu maior incentivador pra sair e não voltar nunca mais, por que ele está te pedindo pra voltar?)

E lembrar da alegria que sente por estar lutando pela sua vida... Por poder contar as coisas que conquistou, falar dos seus sonhos, dos seus erros... Das histórias engraçadas e cotidianas, das situações com as quais você não sabe lidar... Compreender tudo que um dia te falaram e você não acreditou...

Vai perceber que sua família nunca esteve tão próxima de ti quanto nos dias fora de casa, vai ouvir vozes que serão como Mestre Yoda na sua vida, como assim? Simples... Todas as vezes que pensar em colocar aquela blusinha verde pra bater junto com a cor de rosa Mestre Yoda dirá: “Minha filha, roupa colorida se lava junto, mas não quando ambas soltam tinta... Não esqueça do sal pra parar de soltar e onde já se viu colocar álcool em roupa colorida pra alvejar?”

Todas as vezes que passar muito mal e se sentir sozinha porque ninguém cuida de você, Mestre Yoda dirá "Tomou sua laranjinha quente hoje?"

E quando você decidir arrasar naquela culinária e o pote de sal acidentalmente cair no seu feijão, Mestre Yoda estará lá também: "Batata minha filha, batata chupa sal."

No trabalho Mestre Yoda dirá sempre e sempre: "Defina seu foco..." E quantas outras vezes essas vozes vão aparecer quando você menos esperar... E você vai perceber que não está só... Que pode levar todos com você pra onde estiver... Aprender todos os dias, aprender com seu chefe, com seu cachorro, sim com seu cachorro, afinal se não tem remédio o negócio é rolar na grama e se divertir...

Nenhuma experiência te ensinará tanto quanto morar fora... Até o triste dia em que você percebe que voltar pra casa é retornar pra onde você vive e que a sua casa virou a casa da sua família, que na passagem você preenche visitar família e não mais estudante...

E você se vê obrigada a crescer... Mas mãe eu ainda preciso tanto de você...

9 comentários

A Comunicadora RP disse...

Ok eu escrevo eu sou a primeira a comentar... Bom faz um ano que escrevi esse texto, meu bom e velho cão já até se foi como vocês já sabem, e minha vó já fez aniversário de novo... E eu queria acrescentar que nada mudou... ainda estou crescendo e crescendo e se não parar daqui a pouco eu sou capaz de voar pelos ares... sim porque ainda não cheguei onde o corpo pode ir, mas to tentando... Vamos continuar sempre não é? Uma hora a gente olha pra traz e dá risada e viu o quanto valeu a pena estar fora de casa! Beijo...

Anônimo disse...

ah escrevem muito bem mass massssss sugiro um tema para vocês, eis que irá causar uma urticária nas feministas de plantão (calma não vocês...exatamente..rs). "Quandos os bonzinhos aparecem não querem"... ahn ahn que acham desse tema?rsrs Já avisei a Laura, afinal, quando parece alguém disposto a ajudar, dar suporte, do que ser um simples ficante qqr vcs em boa parte não dão muito valor... mas quando somem...rs

abraços a vcs!!!

Anônimo disse...

Voltaram hein? até que enfim... adorei o texto... é ... uma coisa é certa, sempre teremos do que lembrar! Bju

A Comunicadora PP disse...

Como autora do post anterior sobre morar fora (merchan! rsrs), digo que sim, casa SEMPRE faz falta... Mas é como diria a Dori 'continue a nadar', e porque de alguma forma a gente sempre volta...

E pra quem ta chegando agora no volume II, fica o convite pra ler o volume I, né?! hehehehe

Bju me bloga!

WALQUIRIA JANSEN disse...

oi gatas ... td de bom esse post hein!!!
tem selinho pra vcs lá no blog... passa lá!!!
bjocas

glaucia disse...

oi, até que enfim o vol.II, e olha RP sua história se repete, tenho certeza que alguém na sua casa sentiu a mesma coisa que eu sentí no vol.I, saudades, e um orgulho muito grande de saber que contribuímos um pouquinho para tudo isso que voces estão vivendo, e o que nos acalma é ter a certeza que voces chegarão aonde desejam.
beijos e muito sucesso, voces merecem.
Glaucia

Anônimo disse...

"Mas mãe, eu ainda preciso tanto de você! "

Anônimo disse...

Muito Legal!!!
Apesar de ainda morar em casa
acredito realmente q é isso q acontece

achei super legal a postagem
bjs
Luciana

Ricardo Maciel disse...

Campanha Queremos a volta do Dialetos!!! Cadê vocês meninas????

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